sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Madrugada

Eram mais de duas da madrugada. Estava só. Ouvindo o silêncio que só a noite propicia. O pensamento viajava incessantemente, enquanto o cabelo esvoaçava com os movimentos do ventilador sobre o criado-mudo. Nesses momentos sentia-se um velho. Apesar da pouca idade era capaz de se colocar a parte e olhar para trás, seu passado, de maneira analítica. Nunca se enganara quanto ao seu passado. Sabia quais fatos marcantes foram responsáveis por torna-lo o que era hoje. Havia em seu passado um divisor de eras. Antes de e depois de. Pensava ainda muito naquela data. Se as coisas tivessem sido diferentes, que tipo de pessoa seria hoje? Seria melhor ou pior? Seria mais feliz talvez? Porque o fato com certeza foi triste. E gerou diversas outras tristezas. Ainda não foi totalmente superado também. Toda vez que pensa demais no assunto a garganta aperta. Tentou outro dia falar com seu melhor amigo sobre o fato, e o choro aflorou fácil, dolorido, silêncioso também, com vergonha. Não do amigo, de si próprio. É difícil perceber que algo há tanto tempo finito ainda machuca. Que a ferida, que julgava cicatrizada, ainda não se curou completamente. Perngunta se algum dia para de doer. É uma esperança, alívio, pois esquecimento julga impossível. Olhando o passado não pode deixar de pensar no futuro. Tão incerto o futuro. Tem muitos desejos, como qualquer um. E medos também. Embora admiti-los não os tornem menos assustadores. Deseja sobretudo amor. Aquele companheiro, recíproco, verdadeiro. Tem amor em abundância dentro de si. Teme a solidão. Sua maior inimiga. Aquela que só machuca e dá maus conselhos. Já percebe algumas mudanças. Está cada vez mais forte e o muro que o protegeu e, infelizmente, isolou já está cheio de fissuras. Seus 'eus' mais bonitos estão prontos para serem vistos e apreciados. E para suportarem os obstáculos que surgirão.

6 comentários:

disse...

A madrugada é o momento dos balanços, não é? Espero que ele supere (se é q isso existe) o que ainda o faz chorar.

Quanto à sua pergunta... era recíproco sim, tanto que ela o deixou se libertar do que o incomodava.

Bjs, mocinho. ;)

disse...

Ah, bom carnaval pra vc, mas pra quem só volta dia 11, acho que esse é um desejo vão. rs.

Proibida disse...

Pois é... o senhor também se mostra misterioso e, convenhamos, isso é um forte atrativo. rsrss

E que bom que gostou do novo post. Confesso que me esforcei pra impressionar... =D [Como vê, o humor sempre está ao meu lado.]

Quanto ao "flagra", marquei uma opção nas configurações em que julgava considerar o conteúdo do blog impróprio para menores. É por isso que passou a mostrar aquele aviso. rsrsrs Já vou mudar isso. =P

Tenha uma boa noite!

Bárbara Lemos disse...

Certas feridas nunca somem. Elas saram, param de doer. Mas deixam uma cicatriz, grande, visível... e sempre que você olhar, vai lembrar e vai sentir a dor de novo. Natural.

Bom carnaval pra ti também.
Beijos.

Anônimo disse...

Dizem que o futuro é fácil porque ele não existe e o passado é doloroso porque ele é eterno...as vezes o futu ro é mais doloroso porque despositamos nele nossas esperanças ao mesmo tempo que, nos diias de chuva ao olhar pela janela, sentimos saudades, essa que uma dor cortante e profunda que muitas vezes tras remorso por alguma coisa perdida nesse passar.

Advinha? disse...

"sera q vc vai ler isso aki?!"


bem: pq vc fez a propaganda e graças a ela eu pude ler oq vc escreveu sobre mim...

pq vc é um amigo mais q especial, pq pra vc so posso desejar coisas boas, pq msm crente q eh grosso é a pessoa mais paciente e sensivel q eu conheço, pq vc me entende, me escuta, se preocupa cmg, pq eu adoro vc d++++ e isso... eh pra sempre.